Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

folhasdeluar

Poesia e outras palavras.

folhasdeluar

Poesia e outras palavras.

Límpido regato.

Surdas hortências decoram o meu olhar. Tenho nas mãos desabafos de nuvens. Águas férreas. Poesias de tempo. Evito pôr as mãos em guerras. Aceito o quotidiano do meu horizonte. Vivo...comprimido entre a pena de uma ave...e a tranquilidade de um indigente. Mas passo na rua como quem tem um rosto. Dobro as esquinas como quem tem passos. Vejo-me reflectido em clandestinos espelhos. Planto palavras nas minhas horas. Como quem constrói árvores indefesas. Persigo o perfume do acaso. E no fim da rua não volto para trás. Sigo. Sigo sempre. Enfrento o desdém dos desertos. E a face macilenta de quem morre. Para mim tudo é possível. Ver prados em risos. Ver céus em gotas de chuva. E até posso regar camélias em dias de sangue-vivo. E depois sentar-me no brilho de um adeus. Como quem se instala...no conforto de outra alma. Os meus modos são os de quem disse adeus...a Deus. Tenho os sentimentos rotos e cambados por dias de névoa. As rugas instalaram-se em mim como gatos silenciosos. E...muitas vezes me lembro da minha ilimitada fé...nas flores. Tenho os meus caprichos. Os meus acanhamentos. E digo versos como quem não tem voz. Ou como quem vive na sombra de um límpido regato.

10 comentários

Comentar post