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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Luz apagada

Aproveita todos os momentos felizes. Escuta os Madredeus. Voa...como uma águia traçando círculos sobre o deserto. Explora a ilha que te envolve. Abandona esse ancoradouro que te prende. Faz-te ao mar. Esquece as águas escuras. Não te preocupes...até os veleiros aproveitam os ventos. Lembra-te de que és quase tão antigo como as montanhas. Que vives na alucinação das coisas simples. E que a vida é uma história contada por um deus despreocupado. Nos momentos difíceis voa pela estranheza dos tempos. Faz do desassossego uma escala. Não tentes escapar ao balanço dos dias. Apodera-te do horizonte... e vai...

 

 

Procura na profunda sabedoria das coisas que não sabes...o teu outono. A tua folha doirado-ocre. O teu bolbo florescente. Todos os consentimentos vivem em ti. Todas as músicas arrastam consigo a vida. Abre o peito...está um prado ansioso à tua espera. E na primavera as flores da amendoeira espreitam pelas frestas do sol. Ensaia uma dança. Dorme na floresta. O tempo estala em cada pensamento. E a semente das coisas aparece em cada manhã. Os faróis são cosmos de esperança. E a dor que se esconde no peito... é uma luz apagada....

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