Mar sereno
Desce o futuro...esse café que bebemos como uma coisa vazia
Esse coração que nos toca na inexistência dos olhos
Esse ciúme agitado que mancha a poeira...
Que faz sombra à vermelhidão da face
Sorriremos como vácuos caminhando pela solidão do ventre
Seremos espaço e terra desperdiçada em corpo e alma
Seremos qualquer coisa...rostos manchados pelo breve sorriso da aparência
Lívidos como o espaço onde voam corvos...
Seremos os filhos de todos os sentires
Sem pais nem olhos que nos vejam...
Apenas...corpos vivos...ruínas de crianças em total agitação
Barcos...onde nos sentimos reis ondulantes
Em breve perderemos a voluptuosidade dos dias
O cantar das aves...a voz das constelações
E apenas por instantes...por breves instantes...
Teremos a aparência serena do mar...