Memória
Um dia hei-de flutuar onde nada me seguir
Terei um rosto aceso
Nas velas feitas com cera das Arábias
Serei a memória imobilizada num rosto
Uma estátua sem espaço...uma pele sem carne
As minhas mãos pegarão no sangue seco dos rubis
E deles farei as algemas da profunda noite
Dizimarei os fogos e os prantos
Serei autêntico
Como se ardesse num pedestal de lágrimas
Farei com que o mundo me transporte nas suas costas
Dos meus cabelos sairá o esquecimento
Ornamentado por duas luas pálidas
Sem chama nem alma.