Metálicos tempos...
Quando não há momentos nos momentos. Quando da terra se erguem os esquecimentos. As mãos aplaudem. E a respiração é tão grande como o chão. Se deslumbrados estamos por essa luz tão forte. Queremos mais e mais respiração. Queremos mais terra e mais sonho. Mais maré e mais lonjura. Queremos mais poemas e aprumo na navegação. Queremos convés e amanheceres. Queremos as lacunas da sorte. Que nos escapam...por entre as mãos.
Se amanhecemos opacos. E viscosas sombras se colam aos nossos olhos...é porque estamos prontos...para a nossa desconstrução. Usando as palavras como se fossem universos...só nossos. Como conchas claras. E como clarabóias por onde espreitam os silêncios. São frios os nossos tempos. São traições de flores injustas. São tubérculos descoloridos. São dilemas desfigurados. São a nossa degradação. E são a nossa fonte de... inspiração !
E se danças no vento quente. Se vens de longínquas grades. Se a água tem um som metálico. Deixa-te ficar...que as setas são duras. E o vento passa. E o teu bailado é um jardim...de tempo avesso. De metal extasiado.