Meu mar sereno
Meu mar sereno onde caminha a hora das aves
Minha praia onde me esvazio do infinito que me cobre
Tuas ondas são navios onde me agarro
São teias onde floresço
São cavalos de luar debruçados sobre a minha alma
Nada mim sobrará depois da espuma
Nenhum pedaço de mim
Traçará um rastro na penumbra dos baixios
Não haverá rumo...nem triunfo...
Nem restos de flores a soçobrar nas correntes
Eternas correntes que correm lisas pelos caminhos do sal
Livres e soltas de amarras
Como ventos assoprados por uma madrugada crua
Sozinha...sem rasto de mim
Sem lastro de crinas ao vento
Numa tese sem fim
Onde vou caminhando na hora seca.