Meu percurso..meu sol.
Meu percurso..meu sol..minha ilusão de ser pássaro
Minha concha onde deposito a memória das águas
Meu corpo fustigado por salinas..não cabe dentro do meu desconsolo
Lancinantes dedos..envelhecidos ventos..alma desarrumada no centro das sombras
Por cima de mim passam memórias..retratos...epicentros de rostos afastados
Dispersas redes anunciam voos imprevistos..resistências de chuva e areias
No abdómen do cansaço resiste o vislumbre de um olhar..de uma breve penedia...
De um tempo pesado a sorrisos..como chuva que improvisa o consolo dos solitários
A poeira vem de longe..ali e sempre o infinito..o tempo...a magia sem rumo dos rostos
Ali as mãos..aqui os olhos..o encanto das dálias a acenar breves despedidas
Itinerário uno de outrora..o sonho encosta-se ao bojo das fragatas
As cicatrizes desfraldam as velas e seguem suspensas na melancolia
E o rio..e o labirinto..a alma sem peso nem combustão...
Fluida como a gestação das plantas...inocente como uma pétala...mineral e inconstante
As nuvens trazem saudades...o mar acorda as guitarras...o corpo perde-se..
Ao longe...