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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Monserrate

Escuto este silêncio

Como uma ausência assustada de mim

Como uma agulha que se enterra profundamente no meu coração

Desenhando uma costura de nomes esquecidos

Desenhando os nomes de todos

Os que irremediavelmente vibraram comigo

De todos os que de longe a longe visitam a minha memória

De outros que aparecem

Como serenos sustos que se perderam no frio do cansaço

Na vida...no álcool...nas drogas

Como moscas esvoaçando em contra-luz

Queimando essa luz

Com os seus corpos cheios de pulsares ansiosos

Ausências e noites mal dormidas

Acordares de cabelos emaranhados pela areia da praia

Feixes de raios perdidos no marasmo dos dias desencontrados

Nunca estaremos longe

Nunca se está longe das marcas que se espalham pelo corpo

Nunca o frio treme mais que nós

Nem a dor se espalha com mais frenesim

Eram os tempos em que inventámos sonhos em Sintra

Sonhos feitos de ácido e noite

Tempos de saberes vibrantes e de speed

Pulsações de desejosos corpos etéreos

havia desordem no lago

Quando dávamos pão aos peixes que agitavam os nenúfares

Monserrate...jardim proibido...capítulo encerrado!

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