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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Moro num sepulcro que já foi santo

Moro num sepulcro que já foi santo
Tenho as minhas cinco chagas de alento
E não vivo num muro de lamentações.
Porque como uma seara de trigo ondulante
As tristezas vão e vêm...assim como as alegrias.
Por isso... exulto com o barulho da chuva no telhado
Com os frutos das árvores e as memórias tristes
Com o sabor da perversão e a incerteza da queda no abismo
Com o som do vento e o delírio comungado...e partilhado...
Com o barco...o temporal...a bonança...
Não quero saber da desgraça na boca dos vizinhos...coitados...
Exulto com o que sou e o que poderia ser
Com o que não fui e o que poderia não ter sido
Alegro-me por todos os que não conheci
Pelos meus antepassados...que me semearam...
Pelas viagens que não fiz e pelas que fiz
Pelo tempo absoluto e vazio por dentro... sem ponteiros a rodar
Mas rodo eu nesse tempo...sem tempo nem idade
Sentado na minha cadeira...virado para a vida...
E desperto para a manhã....