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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Murmúrios...

Colho os murmúrios do vento

Nas minhas mãos se aquece o meu mundo

Caos de mar a iluminar o tempo

Fulgor de boca onde luzem palavras

Palpitação de luz ofegante

Remo de vida...dupla glória anunciada

Mesa onde se colocam os sentimentos

Prato onde se comem as profundezas

E uma profusão de ais a arrancar bocados à vida.

 

Ali o tempo repete-se luzindo em redes de prata

Ali se abrem as brechas no corpo sazonal das constelações

Ali somos insignes actores de múltiplos cinemas

Coincide em nós a noite e a ficção

Personagens de um texto indecifrável

Ali...onde a carne desaparece e os olhos se suspendem

Adormecemos nos interstícios

De uma noite murmurante.

 

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