Na agonia da tarde
Na agonia da tarde
Um grito inventa os tentáculos do mundo
Mecânicos olhos...extensíssimas lágrimas
Estátuas de espelhos
Na mão da angústia erguem-se os códigos do passado
Na boca das múmias florescem átomos de maresia
São o filtro de tempo...paleolítico sangue
Sugamos as pérolas enredadas em espinhos
Falamos dos despojos da pele
Somos o refego dos dias
Encenado em cambiantes de cores frescas
Do hálito do sonho brota a insónia
Fátuos labirintos nascem na rubra manhã
O passado congelado em pedras sulfúricas
É uma solitária febre...um enjoo de guerras
Uma heresia de espaços
E um infinito que rasa os olhos
De água.