Na espera da luz...
Havia uma serenidade de quilha no silêncio da noite
Havia um suspiro de nómada nos poros das horas
E a máscara de espuma lá estava...a pintar a noite com os seus esgares de alma inchada
Um susto enfeitava o começo do amor...o olhar estava suspenso no mar que bramia
Falámos toda a noite...deixando as nossas impressões digitais na areia
Percebemos que éramos anónimos labirintos procurando uma saída
Éramos aves a dardejar sorrisos nos confins da praia
Não havia absolutamente nada que pudesse descrever aqueles seres
Vazios...feitos de uma esperança vertiginosa...calcária...
A lua molhava as rochas com a sua luz suspirante
Lado a lado...inventámos filosofias...peixes voadores
Ardemos na tristeza de saber que a manhã vinha a chegar
E nós...ali estávamos...perdidos...na espera da luz...