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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Na espera da luz...

 

Havia uma serenidade de quilha no silêncio da noite

Havia um suspiro de nómada nos poros das horas

E a máscara de espuma lá estava...a pintar a noite com os seus esgares de alma inchada

Um susto enfeitava o começo do amor...o olhar estava suspenso no mar que bramia

Falámos toda a noite...deixando as nossas impressões digitais na areia

Percebemos que éramos anónimos labirintos procurando uma saída

Éramos aves a dardejar sorrisos nos confins da praia

Não havia absolutamente nada que pudesse descrever aqueles seres

Vazios...feitos de uma esperança vertiginosa...calcária...

A lua molhava as rochas com a sua luz suspirante

Lado a lado...inventámos filosofias...peixes voadores

Ardemos na tristeza de saber que a manhã vinha a chegar

E nós...ali estávamos...perdidos...na espera da luz...