Na margem das palavras
I
Era apenas poeira intemporal a escoar-se por entre os meus dedos
Desprendi as mãos...deixei os meus passos afagar os caminhos
E na largura baça do encanto segui um coração que flutuava no verde dos limos
Mas havia tanta distância entre mim e esse lugar
Que me apaguei numa seara sem respostas
Onde apenas havia um claro gesto...de embalar!
II
Que fazer quando tudo se oculta?
Que palavra semear?
Ave tolhida no empedrado dos dias
Alisando paisagens...comendo maresias...
E as nuvens que passam...são teias que buscam o homem...
Aquele que vive na margem das palavras.