Na penumbra da casa
Na penumbra da casa.
As árvores parecem crianças à chuva
Rumorejam em volta dos versos
Frases de Pessoa aparecem como setas
O sol queima os passos...
As cidades perderam o valor
São como hastes dependuradas na memória vaporosa das aves
Depois...chuva e grãos de areia são a mesma coisa
Porém as colinas encaminham-se para a solidão
São a respiração do amor
António Nobre e a decadência
Os Alpes são brancos como sonos
Do mais quente do céu pendem sombras desarticuladas
Os cavalos crescem sobre o musgo dos bosques
Nuvens leves como respirações aproximam-se de nós
Cárites assombradas cospem doces astúcias
E nós florescemos nos prados
Imortalizados no esquecimento.