Na perna do vento
Na perna do vento
Se apoia a formidável raiz do mundo
Homem-claustro a resplandecer na sombra de si
Silêncio-música a ecoar na sua harpa interior
Caminho que se escolhe com solenidade
Brusco olho encostado à insónia
Ilusão de interior esfaqueado
Homem que se consola com o peso da raiva
Homem amortalhado na sordidez dos dias
Mas que busca no sinal dos murmúrios
A libertação das suas penumbras
Como se ele fosse uma coluna erguida
Em nome da Liberdade.
Ele que é sensível ao esplendor dos rostos
Que não procura o rasto de si
Porque sabe que a sua ausência
É a sua forma de estar presente
E porque possui todos os caminhos e toda a paz …
É livre!