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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Nada mais que delírios!

Na manhã de ouro

Um castiçal de volúpia acorda as horas

Cada raio de sol é um veio sagrado

Cada nascimento é um reino

E a primeira palavra é um grito

Depois...há que percorrer as florestas

Calcar os montes

Não deixar que os olhos apodreçam

Em cada margem há um desejo

Em cada dia um seio sagrado

As rupturas da nossa vida são sequiosas serpentes

São grandes rios de reflecção

São a primeira margem de um novo porto.

Podemos precipitar-nos em desejos

Podemos abocanhar os grandes rios

E podemos ser o raio de luz que se despenha no lodo

Tudo é nascimento e feitiço

Tudo são palavras que nada dizem

E todas as coisas

São desígnios que nos despedaçam e curvam

Somos no final...

Nada mais que delírios!

 

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