Nada mais que delírios!
Na manhã de ouro
Um castiçal de volúpia acorda as horas
Cada raio de sol é um veio sagrado
Cada nascimento é um reino
E a primeira palavra é um grito
Depois...há que percorrer as florestas
Calcar os montes
Não deixar que os olhos apodreçam
Em cada margem há um desejo
Em cada dia um seio sagrado
As rupturas da nossa vida são sequiosas serpentes
São grandes rios de reflecção
São a primeira margem de um novo porto.
Podemos precipitar-nos em desejos
Podemos abocanhar os grandes rios
E podemos ser o raio de luz que se despenha no lodo
Tudo é nascimento e feitiço
Tudo são palavras que nada dizem
E todas as coisas
São desígnios que nos despedaçam e curvam
Somos no final...
Nada mais que delírios!