Nada mais queremos que a leveza da alma
Nasce em nós um grito
Uma fome de ser gente e prata
Vemos um deus em cada estrela
Uma esperança em cada brilho
E procuramos nos fragmentos da nossa alma
A comunhão com as coisas que se dispersam
Na espuma incandescente da noite
Desapertamos laços
Corremos como corpos
Obrigados a ser reflexo de luas desconhecidas
O que está dentro de nós
É uma fluorescência de firmamentos inacabados
Perante a dura realidade da morte
Nada mais queremos que a leveza da alma
Perguntamos ao silêncio pelos gestos que nos possam salvar
Erguemos as mãos numa prece que nos interroga
Sabemos que da nossa combustão
Sairá a resposta para o sem sentido
E que na multiplicação dos olhares
O mar cairá dentro de nós
Como um tudo...como um nada
Como um ponto que intervala o horizonte que não vemos
Com o breve instante em que nos levantamos
E descobrimos que estamos sós
Com a nossa fome de eternidade!