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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Nada se extingue

Sonhos sublimes

Convencimentos de paisagens pintadas sobre o peito

Divinos sóis que as águas inventam

Gemendo sobre granitos loucos

Sonhos exalados por um imenso clarão

Inscrito na pedra iluminada

Nada se extingue

No ardente aroma de um sonho que se mostra ao Universo.

 

Estrelas fundem-se num canteiro feito de corpos

Brechas abrem-se nas vidas

Que suspiram pelas flores das glicínias

E todas as chuvas se aconchegam numa insónia

Feita de cemitérios cheios de anjos enjoados.

 

Flexível é a melancolia

Que atravessa a quietude de um tempo

Dentro do qual

Um lago gelado conserva pirâmides de mundos magníficos

Mundos onde tudo se resume a fragmentos melancólicos

Que tacteiam um lume lunar

E todas as trevas se escondem na areia

Que flutua na luz das alturas

Até que os meus braços nus se abram

Num abraço feito de espaços floridos.

 

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