Nada se move neste silêncio de pedra
Nada se move neste silêncio de pedra
Cada gesto é um peso que carrego pela transparência de mim
A brisa sacode-me dentro de um sol esférico..feérico...reflexivo
As palavras ardem numa realidade feita de cinza e pó
O mar enche-se..os pássaros quebram-se de encontro às falésias
Busco a realidade de um espelho inclinado...tacteio a minha voz minguada
Corrijo o meu reflexo de ave fantasma a respirar o lume das cidades
Quebro-me como se fosse um veleiro sacudido pela cintilação dos rochedos
É possível que o mundo se feche num balão de espuma
E como um esfera soprada por uma criança...
Vaguei numa orgia de estátuas siderais...mudas...
Perante um mar fechado aos homens
Que na na inconsistência dos dias...repetem os nomes perdidos das árvores
Não sou o único que dorme na praia...
Nem serei o primeiro que acorda no regaço dos anjos
Mas sou a brisa transparente de uma memória que me foge
De um rasto que não me segue...de uma solidão que pesco na linha do horizonte
Como um desejo petrificado numa curva saliente da noite
Ou como um longo espaço...em branco....