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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Não há distância entre nós

Estarei onde estiver a minha alma

O meu espírito...

A minha obrigação de ser

Assentarei as minhas paredes sobre os dias frescos

Dias cheirosos a terras lavadas

Emitirei sons...

Que serão esforços de mim

Que serão teus

E que te chamarão

Para nos diluirmos na noite.

 

Depois... acordaremos

Com os corpos assentes em luzes translúcidas

Cansados...teremos a visão de todas as cores

De todos os cheiros e mistérios

Sentiremos tudo com a carícia do veludo

Seremos apenas corpos...flores silvestres

Seremos como a eternidade

Que vai caindo sobre nós

Como uma chuva enxuta

Lançaremos o nosso coração para longe

Para a primeira luz que aparecer

Porque está escrito

Que a distância que existe entre nós

Se perdeu nas ruelas onde não passámos

E que...já não existe distância...nem ruelas...nem nós

Seremos apenas uma luz

que prescindiu dos nossos corpos...

Seremos unos

Como se estivéssemos numa sombra concreta

E o mundo fosse um resto de dias

Sobras de dias...que já não queremos rabiscar

Porque estaremos lá

Naquele momento delicioso

Em que não precisamos de estender os braços

Porque já estaremos abraçados

Perdidos...e isentos de dor...

 

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