Não há limites para voar... dentro de uma vida
Nem mesmo quando desperto junto às palavras desgastadas
E sinto que todas as filosofias são apenas portas outonais...
Penumbras onde a respiração descansa dos sítios agitados
Nem mesmo assim esqueço que temos uma vida a saciar..
Um revoltar de coisas antigas..um dormitar incógnito
Quem pode corrigir o medo de errar?
Quem escuta os pequenos sons que eclodem nas palmeiras?
Que vidas vivemos nestes mundos desunidos?
Ainda escuto a voz do que não existe
Ainda arrumo em mim os murmúrios arrastados das ilhas
E os abraços? Onde estão todos os abraços que demos?
Para onde foi o vento carregado com o bolor das coisas que vivemos?
Irrompe pelo ar a imperfeição da idade..as rugas falam de vidas..pequenas..grandes...
Ou apenas falam de desenhos no rosto inacabado das insónias
E mesmo que todas as vontades se separam dos corpos
E mesmo que contemos sempre a mesma história
Não há limites para voar... dentro de uma vida
Não há espaços em branco nem ossos desbotados
Há sempre a fome de todos os lugares..os ruídos de todos os passos
O aprender a hesitar...porque nada é puro..apenas o silêncio...