Nas fragas dos dias
Nas fragas dos dias caminho
Sou a metamorfose de um nevoeiro
Escrevo o meu prefácio
Sob o voo hirsuto da tempestade
Caminho como quem se agarra a um bordão
Porque a vida é um perfume de teorias
Uma conspiração de silêncios
Um afago...uma floresta...um jornal
A minha tarefa é colher a ironia dos objectivos
Armadilhar os venenos
Desaparecer numa maré descolorida
Entrar na minha concha
Como uma coisa fluida
E ao mesmo tempo aberta
Ao voo complexo dos mistérios
E à teatralidade dos dias.