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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Nas paredes pendem quadros incompletos..auto-retratos de um tempo inexistente...

 


Chegou o tempo dos ventos agrestes...dos olhares fixos..de luzes fosforescentes


O tempo em que a morte conta histórias e as vagas se extinguem num abandono ocasional


Cantamos o que nos asfixia... apenas nos sai um fio de voz...um caminho escuro


E nós existimos no fundo dessa vida onde nadamos...nesse respirar alucinado


Nesse contar de dias em que imensos olhos se ausentam de nós


Asfixiamos...queremos que a vigília parta com as vagas...rostos pintados perdem a cor


Nas paredes pendem quadros incompletos..auto-retratos de um tempo inexistente...


Já não tememos a chuva...a poeira acompanha-nos...somos o caminho e a praia


E se esquecêssemos todos os rostos que caminham sobre tempos sem rosto


Se amortalhássemos o céu numa colcha de seda vermelha...


Que o doloroso navio parta sem nós...pouco importa..os rostos ausentaram-se


Nós somos a sua ausência...e somos o jardim que cultivamos numa aura submersa


Profunda...onde tudo acontece...e onde a chuva molha as horas do anoitecer!