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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Nascimento

As casas sangram

As ruas soltam golfadas de solidão

Nas pedras do passeio

Gritamos como ontem...fugimos como amanhãs

Rodamos a chave

E desaparecemos na profundidade dos quartos

Dramáticos sonhos feitos de intensos arpões

Postam-se na vigília do silêncio

Um pouco das nossas mãos

Escorre pela música dos oceanos

Agarra as águas insatisfeitas...somos águas

Insatisfeitas como penumbras

Isoladas como tranças na nostalgia dos olhos

E ainda não subimos todos os degraus

Ainda não secámos todas as fontes

Ainda não nascemos...para nós...

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