Nascimento
As casas sangram
As ruas soltam golfadas de solidão
Nas pedras do passeio
Gritamos como ontem...fugimos como amanhãs
Rodamos a chave
E desaparecemos na profundidade dos quartos
Dramáticos sonhos feitos de intensos arpões
Postam-se na vigília do silêncio
Um pouco das nossas mãos
Escorre pela música dos oceanos
Agarra as águas insatisfeitas...somos águas
Insatisfeitas como penumbras
Isoladas como tranças na nostalgia dos olhos
E ainda não subimos todos os degraus
Ainda não secámos todas as fontes
Ainda não nascemos...para nós...