Neblina...
A noite tombou na orla das marés
A neblina cresceu...entornou-se sobre a areia
Alguém passou...alguém sorriu...
Quem?
Na sala...um espantalho espreita quem chega
Na ruas explodem longos risos...cavernais
Comprei o meu espanto numa rua de saldos
O sono banha-me o lado esquerdo...nada posso fazer...
Adormeço?
Em frente a mim uma vidraça
Espreito-me...
Juro que não sei fazer mais nada do que preparar a minha morte
Afinal...a música também se acaba...
Pousei o meu retrato numa prateleira cheia de coisas inúteis
Foi mais uma que lá ficou...
A apanhar pó...
Mais nada!
É quando um homem se deita que a alma se levanta
E o sonho...é uma pedrada na letargia da noite...