No ar
Já no ar baloiçam as vagas feitas de vidro
Já os meus olhos se desfazem nas dúvidas do mar
Já em mim se cruzam labirintos
Já em mim se desenha o rosáceo abismo das verdades
Gostaria que um sol florescesse em cada chão
Que a minha mão agarrasse a luz das pedras
E as rochas que suportam as anémonas
Se erguessem como colunas de espanto e de silêncio
Se para além do mundo azul das águas
O sonho ousar ser mais que areia
Se o vento ousar ser mais que carne
Então o meu lugar é feito de caminhos e de teias
A rolar...sempre a rolar...