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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Tenho todas as estradas

 

Tenho todas as estradas

E todos os pavores me falam das distâncias que devo percorrer.

 

A noite é uma nesga de silêncio

Que pulsa na minha memória como uma sede a dizer saudade.

 

Saudade da vibração da água caindo em cascatas sobre os nossos corpos nus

Saudade das pálpebras que se agitam na incoerência das horas

Que agora...não passam de delírios...enquanto atravesso os meus desertos

Que se apegam à minha vida...como corredores sem fim...

Nem finalidade..

 

Mas o que te queria dizer...

É que as cidades agora já não me servem para nada

Agora sou o princípio do meu precipício

E a água...ainda me lava a memória de ti...ainda me leva a ti

A água...ainda fica turva quando o tempo me sobra

E eu já não sinto a seiva que circula em mim...

E me corrói...

 

Já não me dou ao trabalho de procurar saídas

A manhã é apenas a hora de acordar...ou de sorrir

Tudo se apaga...não há desculpas...parar... ou seguir em frente..

É apenas uma forma de falar do tempo...do passado e do que passará

É apenas água...a tecer uma imprópria forma de sentir

E talvez tudo seja...apenas uma memória gravada...

No coração!