Noites escaldantes
Como delirantes recusas que incendeiam a inconsciência
As águas subiram pelas frestas dos desertos
Recusam obedecer aos homens
Querem que as praias se lembrem dos corpos despidos
E que absolvam o sol pelos incêndios
Que iluminam a glória das manhãs
Venham ventos cheios de lembranças
Venham repentinos alísios das profundidades
Desçam profetas das noites cobertas de delírios
Absolvam-se os rios e as ruas
Repousem enternecimentos sobre o refrescante desespero
E que as janelas proclamem dias de sátiros
Que repousam sobre mentes falsas
Rindo perdidamente das falsas imagens
Que retinem nas noites escaldantes.