O bafo da madrugada
Indiferente ao sono desabitado da alma
Deixei crescer os dias e pousei os olhos no parapeito da janela
Talvez ainda vá a tempo pensar em coisas importantes
Talvez ainda possa encontrar a faca que corta o mundo
E encontre aquele lugar ao vento
Que me traga o sabor do mar
E os versos de um tempo que corra...lento.
Um tempo onde eu possa descansar.
Posso rebentar como uma vaga de encontro à vida
E colher a flor de um sorriso submerso
Posso ser uma infinidade de seres
Mas não sei quem vem de mim
E desconheço a sombra que me acolhe
Quando abro o braços e sinto...
O bafo da madrugada
Que arrota a fel e absinto
E de mim...não sei mais nada!