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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

O breve respirar da espuma

Apetece-me abrir a terra

E sentir na mão o caroço da vida

Apetece-me abrir a boca

E sentir o uivo do vento...cá dentro

Depois poderei ser o avesso de mim

A conjunção de uma alma a cintilar no meu breve ocaso

Ou um lugar onde nada mais se sente

Como a infinitude do mar

Ou o breve respirar da espuma.

 

Apetece-me lançar fogo às palavras que me queimam

Subir pela combustão negra dos carvões

E pisar o lodo que me queima os pés

Por vezes vejo a estrela cadente do futuro

Outras vezes sinto o meu reflexo

Caindo numa espiral de bruma

Sinto que não sou mais que um sinal

Apagado pela aspereza das pedras

Sinto que sou o instinto que corre nas águas salobras

Agarro-me a esse anjo desconhecido

Anjo sem nome nem paz

E sigo pelo vai-vem incessante das tardes

Buscando no fundo do coração a viagem escondida

Ou o som puro de um instante transformado em mundo...

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