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folhasdeluar

Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

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Uma coisa é uma explicabilidade inexplicável...Hugo von Hofmannsthal

O cerne dos poemas

Refluxo coronário de estrela assombrada

Lua que entra pelo meu coração adentro

Entre mim e o mundo há uma queimadura que nos separa

Há uma garganta na paisagem que rodopia

Um fôlego que se empina na frieza assimétrica do sonho

Com unhas de escrita abro um buraco a toda a largueza de mim

Cada palavra é um ferro em brasa

Que atravessa a minha selvática noite

Como uma estática órbita de vento

Tão próxima...tão próxima...da explosão que vai deflagrar

Na minha carne púrpura...

Na minha cerrada boca...no meu espelho fotostático

Na magreza do meu corpo

Há uma fenda onde despontam imagens de ilhas distantes

Alguém deveria dizer-me que o espaço é uma imagem circular

Alguém que abrisse a minha escuridão

Com a força de uma feroz golfada de loucura.

 

Em mim rodopia essa espécie de claustro ligado aos reflexos das luzes

Parar...crescer como uma repentina faísca que absorve o ar

De repente perceber que a música e a água

E todos os dilemas do mundo

São brilhos de um acaso magnificente

São movimentos que o cerne das mãos relembra...sempre....

E de cada vez que um clarão palpita na minha carne nua

As estrelas brilham com a melancolia da beleza lírica dos poemas

 

 

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