O céu não acode aos aflitos!
Olho para o corpo do céu e empurro a minha alma contra ele
Toco com o dedo nas nuvens e nas estrelas...
Debruço o meu corpo para espreitar no mar o céu refletido...
E sinto um arrepio na minha face...
O mar tem olhos, boca, mãos...que também tocam no céu...
Ou serei eu a tocar no mar
E a ver a minha alma refletida nas nuvens mais longínquas?
Essas nuvens que têm raízes...
Que se enterram no mar...alimentando-se dele...
Como o céu se alimenta de nós...
Essas nuvens que morrem desfazendo-se em água...sobre a terra
E nós que morremos desfazendo-nos em vida...sobre nós...
Empurro para longe o meu olhar...a minha esperança...
Mas do longe nada vem...nada responde...
O céu não acode aos aflitos!