O colo da Terra
Encosto-me ao sono das janelas
O vento trás-me o adeus das folhas amarelas
Na frescura da insónia florescem peixes sem tempo
Pela brisa perpassam solitários dedos
E o sangue do sono persegue o silêncio prateado da luz..
Que chega da rua.
Há um sopro de frescura a dançar nas janelas
Uma claridade de tília a embranquecer as horas
Os olhos marcam a noite como passos na areia
Mal os ergui e já a infância se extinguiu
Agora vogo na nostalgia da bruma que dança …
Nas asas das algas.
Sou a dança e a fonte perdida
Sou o nítido cavalgar da vida
Embalo horizontes...esculpo esferas
Imito o colo da Terra
E espero-me....