Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

O espelho

Acordo e o espelho diz: - envelheceste

A noite condensou-se no gelo que bebeste

O corpo permaneceu...sagrado

Por fora...coberto de presságios

Por dentro rasgado

 

Imóvel...intacto

Semente de palavras esquecidas

Constato que a felicidade brilha

No astro que se espreguiça na água do lago

 

Cobre-me a noite...cobre-me a vida

Estranhas asas em mim desfalecem

Como se a eternidade fosse sentida

Dentro de sentimentos que não permanecem

 

De bom grado aceito o espelho

Onde a noite se instala

De mim...nada mais que ossadas

Apenas o frio aquático da inocência

Apenas as asas furiosas da bala

Apenas a semente que me leva aos espaços

E que cresce na minha melancolia

E se encosta à minha eterna dormência

Feita com os meus olhos já gastos...

 

Diz-me o que ficará da nossa fala

O que ficará das nossas conspirações

Entre o outono que vem e a estrela que cai

Que espaço nos resta

Para a libertação da nossa alma?

2 comentários

Comentar post