O lado impossível do vento
Colo as letras com um conta-gotas de anémonas
Sepulto a brancura da noite numa praia distante
Leio nas folhas das algas o meu destino..o meu instante desconsolado
Das baías escorrem matizes pela superfície dos medos
Ergo-mo como o som que sopra do lado impossível do vento
Abro a janela..sacudo os pássaros que poisam nas flores
Pássaros pesados...pássaros que queimam as dobradiças dos olhos
Pássaros trespassados por queimaduras de estáticos perfumes
Tenho que quebrar as fragilidades da pedra que me separa do mundo
Tenho que descobrir as imperfeições macias do sono
Convenço-me que sou o arvoredo que embala o sonho desse mundo
Macias folhas florescem em mim..como rios que se quebram entre os dedos
Nascerei de novo..estátua velada..frágil...incompleta..
Como se me gastasse..devagar..devagar...devagar..