Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

O mar é largo...

Todas as lembranças dormem...todas as razões se esbatem

O vento deita-se na planície como se fosse uma fantasia de criança

Nuvens gravam-se nos olhos...vislumbres de espanto e véus nacarados

É a nudez da vida a expulsar os medos...é o vazio a encher-se de nós

Na inutilidade plena dos caminhos...voam sombras de aves...confusas sombras

Presságios de dedos tocando a flor das algas...como risos de quem é feliz

Sonâmbulas sombras de cavalos alados...Alcácer Quibir de estrelas

Oiço melodias arrancadas ao fundo da lama...palavras feitas de folhagens

Invento-me..vou de corpo em corpo...sustento-me de ritmos quebrados

De joelhos... canto...invoco todas as paisagens...

O mar é largo...o vento é forte...o vento faz adornar os pesadelos

Encolhe-se numa extinção de barco sem remos

Como se cada grão de areia...fosse um sinal de mim...

Um sinal feito de asas e braços...de brilhos imóveis...de janelas curvas

Por onde escorre a dissolvência das minhas lágrimas.