O número perfeito do amor
Guardo na memória
O teu rosto iluminado pelas horas
Que me enchem a superfície dos dias
Fixo em mim a fronteira
Que rasgará o teu rochedo em febris convulsões
Porque vago é o firmamento
Que ruge lento sobre a sombra da tua carne branca
Vaga é a névoa sublime
Que vence a Luz...que rasga o sol
Que me mostra o perfil de um espectro
Que me aparece pálido de sombras...
E cuja face não tem figura
Mas que me mostra o meu rosto sem fronteiras
Inacabado perante o espelho trabalhado
Pela febre biselada da existência.
Que nomes se criam
Para as obras cuja luz incendeia a eternidade?
Que febris corpos se acendem
Na misteriosa soma das horas?
Que verdades nos atravessam os lábios
Que cismam com versos silenciosos
Que somas nos faltam
Para alcançar o número perfeito do amor?