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folhasdeluar

Poesia e outras palavras.

folhasdeluar

Poesia e outras palavras.

O passado é uma esfinge ferida

Talvez passem por mim manhãs feitas de ametistas

Talvez os dias queiram ser imóveis sais

Céus da boca em chagas...sem nome

Analgésicos suicídios latejam nos escombros

Quem resiste à linguagem dos espelhos?

Que falam de tempos agónicos

Índias desfeitas...cidades de açúcar.

 

Talvez passem por mim manhã feitas de qualquer coisa

Que encontrem no caminho

Um empalidecer...um turbilhão imóvel

Um embalo gravado na porta de um templo

Ou uma porta que bate nos gonzos ferrugentos

E que só espera o sono de alguém

Talvez passem por mim manhãs feitas de aves brancas

Secretos olhos vagabundos

Pedras milenares que explodem na boca dos vulcões

Músicas ósseas que ferem ouvidos

Ruínas de plantas ameaçadas pelo empalidecer das memórias

Incontidos suicídios...

 

Talvez passem por mim manhãs feitas de ferros em brasa

Gesso metálico..coral viscoso

Talvez a compressão do coração faça circular o sangue.

E o mar seja um peregrino

Esperança tribal que perfura o corpo em câmara lenta

O passado é uma esfinge ferida

Pelos espinhos aguçados

Que latejam na mobilidade do mar.

 

Talvez passem por mim manhãs feitas de águas coralinas

Epicentros de girassóis

Ferros feridos pelo azul do céu

Ferrugens de sonos que se refletem no gesso do tecto

Imagens mirabolantes de locais secretos

Onde iremos atear os corpos

E desenhar dourados amores nos teus cabelos lisos

Lisos de prata em  dias em fogo...

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