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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

O tempo dobra-se

Afrouxo os olhos

O sonho penetra-me como uma sede feita de seiva

São horas de invadir a vida e quebrar o núcleo das bocas.

 

Na inclinação das casas vejo a assombração das horas

Nos fragmentos do medo brilham planetas frios

O tempo dobra-se

Cisma que é uma névoa a perguntar pelo inverno

A música grava-se nas palavras

Os dedos tecem artísticos trinados

É a hora das despedidas

O tempo arde lentamente

Desintegra-se numa gradação de palavras arrefecidas

Nada lamento..o absoluto é agora

E a alucinação corrói à velocidade do ciúme

É possível fingir que as mãos tocam em doces sonhos

Requebros de amor transparente

É possível que os dedos se agarrem aos moluscos

E as prisões se cansem dos choros

É possível que um pensamento abstrato

Desenhe faisões sobre os tinteiros

E que as flores se cansem de ser exóticas

É possível que o núcleo das horas

Se desintegre numa explosão de lírios

E que as visões avassalem os homens cansados

De suportar batinas e sotainas

Porque por dentro dos corpos

Lateja o fogo dos círios...

Como se fossem a alma cinzenta da salvação.

 

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