O tempo não me reconhece
Nunca de mim saí... nunca me desenhei
Todas as minhas formas são presságios de sombra e de lua
Todo o meu sentir não passa de um sinal inscrito no destino
Todas a minhas palavras pertencem à mitológica sombra das verdades
Mas eu não sou mais que uma onda a aportar a uma praia deserta
Não sou mais que um penedo a apontar para a descrença dos céus
O tempo não me reconhece
As manhãs são varandas de silêncio
O tempo é um labirinto onde me perco
E a sombra que projecto nas paredes
É a única verdade de mim...