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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

O trapézio

Uma vela brilha por dentro dos olhos. O tempo arrasta-se pelas paredes. Entre um olhar e outro olhar. Entre um segredo e outro segredo...está presente a nossa interminável sede de silêncio. E vamos rondando as nossas penas. E vamos empunhando desabafos e constelações. E assim vamos evitando a queda final. O vazio. A esperança. E provavelmente os sonhos da infância.

 

 

Gostava de respirar fundo e falar da obscuridade. Daquela obscuridade feita de sombras anárquicas. Do exílio dos corpos. Das explicações sem explicação. De tudo o que nos distrai. Do esforço que fazemos para nos fundirmos com a vida. E também dos discos riscados que continuamente ouvimos. Gostava também de descobrir se há uma rede a minimizar a minha queda deste trapézio onde me equilibro.