O travo da morte atravessa os corpos
No apelo da luz ardem as flores
Chamas desvairadas reclinam-se nas árvores
O sabor da morte atordoa..a água é um sonho seco
O travo da morte atravessa os corpos
É o fim...é o verão..é o esquecimento dos homens
Mas há uma devassa na noite..um enumerar de árvores caídas..a pique
Na estrada derretem-se corpos e almas...rumores de outros dias
O vento inclina as chamas..acende-se nos troncos..embranquece a noite
Desliza sobre o aço e o vidro..derrete a vida indefesa
Assim se desfizeram as casas e os homens..
Assim se desfizeram no laranja esbranquiçado do fogo
Como rostos puros...ou como mãos despidas...sem força para respirar...