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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Olhar

Olhei e vi as mãos paradas

As coisas perderam-se o nexo

Na fronteira azul das tuas coxas

Não havia razão para me pertencerem

Não encontrei dentro de mim essa razão

Foi assim como uma antecipação do fim

Uns olhos parados entre a minha voz e o teu corpo.

 

Afastei-me dessa fronteira sem dono

Onde se anicha o azul do mar que nunca regressa

Ouvi a música da tua voz.

Ou era a minha a segredar?

Não cheguei a perceber...

Por instantes naveguei

Por todas as tuas nascentes

Transbordei...pertenci-me

Pertenci-te?

Não havia nuvens sobre nós

O tempo era uma terra sem dono

Uma harmonia de dedo espetado na minha direcção.

 

Chegou-se a mim...enroscou-se

Descobri-me nas profundezas da terra

Por debaixo do chão corria o meu rio...viajei no tempo

E parado...

Contemplei todos os instantes

Em que as lágrimas desfilaram pela minha face...

 

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