Olho o tempo
Olho o tempo
Que descansa na minha mão
Algema sem raiz...estrada sem paisagem
Metafísica do assombro
Da terra emerge um nome
Como uma planta audível
Segura de viver
Na sua longínqua fonte de imortalidade.
A vida jaz na indiferença
De ser apenas uma lenta passagem
Feita de sombrios intensos e de rostos ambíguos
Feita de perenes intermitências das flores
E da rijeza meteorológica das luas
Por vezes a perfeição do dia
Adormece no ventre desiludido dos poços
Assombro de infinitos...cambiante de luzes
Que afloram na paixão dos olhos
Se ao menos uma ave adormecesse nas minhas mãos
Eu acreditaria que o mundo
Não é um inexpugnável deserto de fantasia.