Olhos encantados
Ali caem as lágrimas sobre o granito... solenes como sombras de menires
Caem sobre o esplêndido desequilíbrio do mar
Tocando...cegas....a transparência suave das luzes
Porém...o mundo nasce num silêncio azul... limpo e lúcido
Como um rochedo...um sonho...um promontório
Como uma palavra... ou um pequeno ponto tocando a superfície do chão
E tudo é porque tu és
E nada é aquilo que não sabes.
No centro do chão está uma manhã lisa
No centro da luz ergue-se a penumbra do voo alucinado das rolas
E tu pedes uma nova vaga...uma nova praia...
Onde possas descansar do medo e do mar.
Deitado na areia do esquecimento.
Finalmente desces ao denso labirinto feito de claustros e de segredos
As sombras erguem-se como vidros de luz
Ressurgem abismos e arquitecturas que só tu sabes
O espanto é claro e vivo
O mundo roda numa clareira de verde e águas rápidas
Desce para o mar como uma auréola de estrela e pensamento
E ali está...a flor...a rosa...a glória de ver a luz entrar na gruta
Onde o tempo se perde em desmedidas pressas
Como uma face feita de finas rugas
Onde a rouquidão do mar...atravessa as finas águas da manhã
E caminha...como um chão de pedra...
Através da solenidade dos teus olhos... encantados!