Os confins dos dias
Precisamos de tempo para perceber o mundo. Precisamos de tempo para contar histórias. Precisamos de tempo para compreender o tamanho da nossa natureza. E...também para entender a antropologia da nossa alma. Nascemos para um mundo incandescente. Teorizamos sobre a Vida. Gravitamos em universos paralelos a nós. E se a nossa boca não secar...até somos capazes de expressar o nosso descontentamento.
As leis do universo penduram-se nas estrelas. A nossa vergonha é a incompreensão do céu. As pessoas morrem. As flores crescem nos jardins. E as almas saltitam de fé em fé...como se fossem borboletas atraídas por coloridas gravidades. Buscamos a casa antiga. A alma antiga. A atenciosa sinfonia ou o frenético chilrear das carriças. Buscamos tudo o que não temos. E todos os dias a nossa lápide é uma qualquer música dos Doors.
Respirar fundo. Enfiar o braço na alegria. Pegar na espada e cortar a vida...a direito. Reagir. Reinventar a anorética estratégia da sobrevivência. Perceber melhor a música dos pássaros. E inventar uma caligrafia...viva. Sensorial. Uma caligrafia de escola primária. De vida primária. Onde se encontre...para sempre... a constituição dos confins e da finalidade dos dias.