Os dedos riscam as águas
O cavalo trota...a morte galopa
A seta aponta à cabeça...assusta
Nos espelhos invento imagens
No olhar atento dos peixes vejo cabeças de pássaros
Os peixes sonham voar.
É a luz...ou um cometa do corpo
Que tenta que as flores desabrochem em pleno inverno
As saudades perdem-se pelas florestas
O frio é um fruto semelhante ao instante
Nas raízes das rosas trocam-se amores
Nas pastagens as pétalas alimentam os odores
Terra...troca..cais de coração abandonado
Remo e luz...fragata de lua
Os peixes saltam
Abril é uma lembrança
Abril é a lucidez das trincheiras a esquecer a guerra
O futuro é uma mansão esculpida em granito
Guardada na luz a vontade de partir
O meu cérebro clama por mais formas
Mais palavras...há mel nas recordações
Devoro o fundo da lama
Planto avenidas
Tudo se confunde com a realidade
Íntimo rio...frio...
O vento dá asas aos peixes
Os dedos riscam as águas
Estremeço...