Os homens são telhados que desabam
No cemitério branco...
Lavas a laje de mármore frio
Ajeitas as flores na jarra
Crisântemos...copos de leite
Gerberas amarelas...lírios
Limpas a pedra...
Como se a tua mão afagasse a alma do mortos
Os mortos que não esqueces
Imaginas que as tuas mãos
Podem fazer rodopiar o tempo..tocar o céu
Alimentar o vento
Sabes que por debaixo dos teus pés a terra enlouqueceu...
Que os deuses passam voando
Sobre todas as formas de vida
Mostram que os homens são plumas ao vento
Choras...querias ter asas...
Gostavas de só por um momento regressar à infância.
Alucinas...pensas noutro tempo
O teu olhar toca o céu...enlouquece
Ninguém te diz que os peixes são aves que nadam
Tal como os homens são telhados que desabam...