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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Os incompreendidos...

Caminhava ao acaso em busca de um lugar tranquilo dentro de si. Não falava do seu desespero. Nada dizia do seu estado de alma. Mas não era um rejeitado pela sociedade. Era uma alma inadaptada. Ninguém compreendia que possuindo todas as possibilidades para bem viver preferisse os venenos que o consumiam. Era um louco-lúcido. Era uma renúncia e uma dor. Nasceu de um impulso natural. Tinha o natural impulso para o desregramento. Era um perdido. Um suprimido. Fugia de si numa eterna viagem de carne fraca. Fechava-se no seu destino fugidio. Como se o  espírito do inferno habitasse o seu corpo. Mentia. A si e aos outros. Era a demonstração da luta contra a sociedade bem pensante. Era fadiga dos bons comportamentos que o afligia. Não os percebia. O seu bom comportamento era ser ele. Apenas ele. Mal comportado e livre. Ingénuo. Ingrato. Absolutamente egocêntrico. Não lhe importava que os seus actos fossem uma consumição para ou outros. Ou nem isso. Vivia absolutamente fora dos juízos dos outros. O que ambicionava ninguém sabia. Nada possuía. Nada conseguia possuir. Tudo era uma inutilidade para ele. Nada fazia sentido. Sentimentos? Quem saberá se os teve. Não os exprimia. Vivia fechado numa caixa de falácias. A sua própria vida era uma enorme falácia. Mas o que foi que o fez assim? Nada! Nasceu assim. Com a propensão para o desastre. Não avaliava a vida. Deixava que ela chegasse até ele e nada mais. Até ao dia em que ela o abandonou.Mas quem o pode condenar se a vida é pertença de cada um?

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