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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Os olhos dos pássaros

Nesta encruzilhada de pedras e chuva

Neste cruzar de braços e rasurar silêncios

Vem o mim o cheiro a terra e sombras

Vem a mim a dança do nevoeiro

Vem a mim a carne do destino

Vem a mim a lama e o lume

Peregrino...

 

 

Nada do que imagino é como imagino

Nada do que calo é como o que não calo

Tudo está no cósmico coração do mundo

E nada é...mais que um reflexo da imaginação

Nada é mais que um tudo...

 

 

Estranha pose de homem pousado no céu

Estranho desespero a decifrar cinzas

A voz dos pássaros ecoa na imaginação

A voz das sombras perfuma os olhos do mistério

E nós?

De dedos floridos...

Cobrimos a nossa nudez com paisagens inventadas...

 

Calado procuro o peso do mar profundo

Charco de sol a queimar as horas

Calado desço aos labirintos perdidos

E agarro nos olhos dos pássaros para ver o mundo...

 

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